Oportunidades na Indústria da Moda: Moda Country
Nos últimos anos, a WGSN vem mapeando o retorno do visual “cowboy” na cultura ao redor do mundo e, em 2024, o que chamamos de Western Extravagante se consagra como uma das maiores tendências estéticas e culturais do ano. Dentro desse cenário, quais têm sido as grandes oportunidades para o mercado brasileiro abraçar essa narrativa?
A releitura da estética
No final de 2023, antecipamos a ascensão dessa estética ao mainstream através do mapeamento de macrotendências relacionadas a ancestralidade, vida outdoor e o resgate de tradições, o que se confirmou com o impacto de dois grandes artistas: Pharrell, que apresentou sua coleção para a Louis Vuitton na semana de moda masculina em Paris em janeiro, e Beyoncé, com o lançamento do álbum Cowboy Carter em março. Ambos apostaram na valorização das influências dos povos indígenas e africanos na cultura Western norte-americana, além de explorar a perspectiva das raízes da comunidade negra, reimaginando-a com um toque futurista e uma nova interpretação de uma cultura country tradicionalmente conservadora, propondo um olhar fresco, contemporâneo e fashion para a tendência.
O consumo e a aderência no mainstream
Segundo o Pinterest, as buscas por "chapéus de cowboy" triplicaram no primeiro trimestre, enquanto as pesquisas por "roupas de cowboy" aumentaram 40%. Já a plataforma Lyst revelou que as botas são o produto mais procurado, com um aumento de 285% nesse período.
Esta estética tão procurada se manifesta tradicionalmente através de elementos como jeans, couro, franjas e flanelas. No entanto, neste novo contexto muito impulsionado pela cultura pop, estamos testemunhando uma explosão de criatividade com bordados detalhados em diversos materiais, peças com um aspecto envelhecido, fivelas decorativas, chapéus, chicotes, gravatas, cow print e muito brilho. O olhar para a imperfeição somado à autenticidade de quem se arrisca nessas criações se intensifica com uma abordagem divertida e criativa, quase irresistível. Isso fica evidente nos festivais que marcaram 2024 até agora, como o Coachella, e nas expectativas para a temporada de verão no hemisfério norte que se aproxima.
América Latina, cultura sertaneja e as diferentes manifestações
No hemisfério sul, especialmente na América Latina, a força dessa tendência também é indiscutível, porém, aspectos culturais e sazonais contribuem para sua manifestação de maneiras distintas, embora com elementos semelhantes. Por aqui, o Western Extravagante ganha ainda mais destaque com a chegada do inverno e das festas juninas, ressaltando uma narrativa que conecta tradições regionais.
O Mercado Livre aponta um crescimento expressivo nas buscas por Botas Western, que aumentaram 379% comparando janeiro e fevereiro de 2023 e 2024. Além disso, houve um aumento de 265% nas pesquisas por Camisas com Franja e 281% em Chapéus de Cowboy no mesmo período.
No contexto brasileiro, o sertanejo é uma referência de longa data, porém, recentemente, temos observado um frescor jovem emergindo neste cenário, além de uma flexibilização dos códigos masculinos clássicos do estilo Western para outros gêneros e orientações sexuais. Personalidades como Ana Castela personificam uma interpretação quase caricata da "boiadeira", introduzindo no mainstream itens que mesclam tradição com as últimas tendências, incorporando uma extravagância que remete ao cenário pop internacional. Esse frescor também é evidente em artistas como Jão, cujo álbum "Super" lançado em 2023, e a turnê que veio em seguida exploram temas que transitam entre a vida que viveu no interior e a que vive em São Paulo, acompanhados por uma estética cowboy adotada por ele.
No universo da beleza, vemos marcas novas ganhando relevância e trazendo o tema em sua comunicação, como a Paisage, lançada em 2023, que adota a frase "Even cowgirls get the blues" nas suas embalagens de entrega.
O futuro da tendência
Explorando as origens dessa estética, percebemos suas raízes profundas e sua capacidade de se reinventar e ressurgir ao longo dos anos através de novas interpretações. Essa capacidade é o que assegura sua perenidade no futuro, seja através da introdução de novos elementos ou de novos representantes. Dentre outras coisas, essa constante evolução tem sido impulsionada pelo interesse em ancestralidade, que vem sendo meticulosamente mapeada pela WGSN como uma macro tendência para os próximos anos e gerando diversas ramificações de tendências derivadas.
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