O impacto das raves no futuro do entretenimento

De acordo com um estudo realizado em 2018, o tédio é desencadeado por duas forças emocionais opostas: a super estimulação e a sub estimulação. E, conforme lidamos com uma crise do tédio aliada a um ciclo acelerado de tendências, o entretenimento está mudando e se transformando em medida de sucesso na indústria. E aqui vamos trazer algumas tendências mapeadas pela WSGN sobre o futuro do entretenimento e como as marcas podem informar, educar e encantar o público a fim de se destacar no mercado e driblar a recessão de atenção.

Como um meio de escapismo, em uma espécie de catarse e efervescência coletiva, os jovens estão cada vez mais interessados em festas. Dados das redes sociais já indicavam, em 2023, que mais da metade deles pretendiam ir para alguma rave, visto que, como antecipado desde 2020 pela WGSN, a dança tem sido uma das formas de encontro de maior conexão com a comunidade.

Coletividade, inclusão e conexão

Afinal, o senso de coletividade, inclusão e conexão com o todo são conceitos-chave que os jovens procuram quando vão às raves. Isso faz com que a demanda por line-ups inclusivas cresça significantemente em todas as vertentes dentro da cena eletrônica e, portanto, muitos coletivos e casas noturnas estão investindo na criação de espaços seguros para grupos marginalizados, tal como a Mamba Negra, a Blum e a Tesãozinho Inicial, na cidade de São Paulo, que são festas voltadas ao público queer, com foco em artistas trans e não-bináries.

E, conforme essas e outras festas se difundem e esse público aumenta, os jovens têm recorrido ao TikTok para aprender mais sobre a cultura rave, num geral. A Hashtag #RaveTok já conta com mais de 2,4 bilhões de visualizações. A WGSN apresenta no report Estratégia de marca: o ressurgimento das raves como essa é uma oportunidade das marcas em 2024 criarem experiências para jovens frequentadores de raves e ações que podem ser benéficas, como firmar parcerias com casas noturnas e DJs locais. Um exemplo local é a marca de chá mate Baer-Mate, a qual convidou DJs brasileiros para tocar no Kura, um projeto de ocupação e ressignificação de edificações antigas ou abandonadas em São Paulo.

Estilo de vida sóbrio e bebidas não alcóolicas

A Baer-Mate é uma das bebidas do mercado não-alcoólico que tem patrocinado festas de música eletrônica, o que reforça uma tendência que a WGSN já vem comprovando há alguns anos, pelo menos desde 2022, quando a ressaca emocional abateu a geração Z e os Millenials no fim do lockdown, e os fizeram focar em estilos de vida mais sóbrios. 

Esse estilo de vida sóbrio, mesmo no pós pandemia e com o retorno do interesse dos jovens pelas festas, ainda é uma tendência e não parece que vai embora. O movimento 'sober-curious' fala sobre como os consumidores estão prontos para explorar opções de vida noturna, rotinas e comunidades sem uso de álcool. Diversas marcas têm investido nisso e, recentemente, as bebidas adaptogênicas, que prometem benefícios, como a redução do estresse e melhoria das capacidades cognitivas, também estão fazendo bastante sucesso e servindo de alternativa sóbria às bebidas alcoólicas.

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